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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2002 Penny Jordan

© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.

Amor em público, n.º 714 - Março 2015

Título original: Marco’s Convenient Wife

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2003

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6459-7

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Epílogo

Se gostou deste livro…

 

Prólogo

 

– Que tenhas sorte com a entrevista. Embora tenha a certeza que vais conseguir o trabalho porque não existe uma ama melhor que tu, Alice. O único problema é que te afeiçoas demasiado às crianças.

Enquanto respondia ao abraço da sua irmã mais velha, Alice tentou sorrir. Apesar de ter deixado o seu antigo trabalho há um mês, ainda tinha saudades das crianças. No entanto, não tinha saudades do pai que, com as suas contínuas insinuações sexuais, tinha-lhe tornado a vida insuportável nos últimos meses de trabalho.

Embora não conseguisse suportar a situação, sabia que não poderia aceitar a oferta da sua mulher para trabalhar com eles em Nova Iorque, para onde a tinham destinado. Era uma mulher que colocava a sua carreira profissional à frente de tudo. Apesar de necessitar de uma pessoa para cuidar dos seus filhos, de vez em quando ficava incomodada com o papel que desempenhava na casa. Mas era o preço que tinha que pagar por trabalhar no que tinha escolhido.

Naquele momento estava quase a viajar para Florença para ir a uma entrevista. O trabalho consistia em cuidar de um bebé órfão.

– Muito obrigado por levares a Louise – continuou a sua irmã, Connie. – Sei que vai adorar Florença, sobretudo porque adora arte. Ultimamente, a vida não tem sido fácil para ela, por isso espero que esta viagem a ajude.

Alice pensava que Louise, a enteada da sua irmã, estava decidida a mostrar a sua tristeza e insegurança, fazendo com que Connie e o seu pai se sentissem culpados por terem casado. Nada do que fizessem iria agradar-lhe, nem sequer aquela viagem de quatro dias a Florença. De todas as formas, tinha aceitado ir com ela para Itália.

Alice tinha uma entrevista marcada com um homem que dava pelo nome de conde de Vincenti, que tinha colocado um anúncio no qual procurava uma ama inglesa que falasse perfeitamente italiano para cuidar de uma menina de seis meses.

Aquele detalhe, «uma menina de seis meses» era o que tinha chamado a sua atenção e chegado à sua alma. Tinha-lhe parecido frio e distante, como se aquele conde não tivesse nenhum laço que o unisse emocionalmente à criança. Isso fez com que o instinto protector de Alice ficasse em alerta.

Depois das crianças, o seu segundo amor era as línguas. Não só falava italiano fluentemente, mas também francês e alemão, o que representava uma considerável vantagem para uma ama. Foi isso que lhe disseram na agência.

A última vez que tinha visitado Florença tinha oito anos e a sua irmã quinze. Guardava boas recordações daquela viagem. Então, por que é que sentia tanta apreensão perante o facto de regressar?

Porque Louise estaria sob a sua responsabilidade, a rapariga estava a passar pelos piores momentos da sua adolescência, ou talvez porque havia algo além de antipático no seu chefe.

Alice não sabia exactamente o motivo, mas por cima de seus próprios sentimentos estavam as necessidades de um bebé órfão de seis meses.

Capítulo 1

 

Florença estava sob os efeitos de uma onda de calor e as temperaturas eram mais altas do que Alice tinha pensado. Louise, que tinha fugido durante a noite, não quis acompanhá-la num passeio matinal e ficou de mau humor no hotel, a dormir. Por isso aproveitou o momento de solidão para explorar a cidade.

Enquanto atravessava a rua com a intenção de comprar um gelado num quiosque, reparou num desportivo vermelho que esperava que um camião das obras o deixasse passar. Tentou não prestar demasiada atenção, mas foi consciente da sua presença enquanto pedia um gelado. O vendedor lançou-lhe um piropo descarado, que a deixou vermelha, suficientemente alto para que o condutor do desportivo ouvisse o comentário.

Se o ouviu, provavelmente tinha sentido desprezo pela cena, pensou Alice quando olhou para os seus olhos.

Alice sentiu-se completamente mortificada e notou que tinha a cara a arder. Sem dúvida alguma, ele pensaria que era uma estúpida turista do norte da Europa que estava a passar umas férias baratas, pensou, enquanto lhe devolvia um olhar esquisito. No entanto, não se apercebeu que o gelado estava a derreter sob o sol abrasador e que estava a pingar sobre a sua camisa.

E, por isso, naquele momento tão inoportuno, sentiu os seus mamilos a ficarem duros, o que foi bem evidente. Durante todo o tempo que esteve à espera para atravessar a estrada, ele manteve o seu olhar fixo na suave curva do seu peito.

«Um homem horrível», pensou Alice. Mas tinha que reconhecer que era o homem mais sensual que jamais tinha visto na sua vida. O seu magnetismo era perigoso.

Apenas o seu olhar era suficiente para derreter o gelo, para não falar do seu gelado, pensou a tremer.

E tudo isso sem que ele tentasse nada. Não sabia o que poderia acontecer se aquele homem quisesse lançar um olhar sensual para uma mulher. Embora ela não tivesse nenhum interesse em saber.

Em relação ao descapotável e à sua pose, Alice tinha a certeza que apenas tinha um propósito: exibir o seu poder masculino. Desprezava os machistas.

 

 

«Diabos, onde se terá metido essa mulher?», pensou Marco, irritado. Olhou para as horas e franziu a sobrancelha. Estava na entrada de um hotel de cinco estrelas nas redondezas de Florença, onde tinha marcado um encontro com uma mulher inglesa que ia ser entrevistada. Andava de um lado para o outro e o seu magnetismo de predador fez com que as mulheres presentes no local sentissem calafrios.

No entanto, não estava consciente do efeito que tinha nelas. Continuava a franzir a sobrancelha.

O facto da pessoa que ia entrevistar não ser pontual era um mau presságio. Apesar de ter sido recomendada pela agência.

De todas as formas, não estava bem-humorado. O seu carro tinha ficado avariado e estava na oficina, pelo que tinha usado o Ferrari vermelho de Aldo, o seu primo, que tinha permanecido no palácio desde a sua morte. Era um carro que chamava a atenção, um tipo de atenção que Marco não gostava. Pensou na rapariga ruiva que tinha visto na cidade. Embora tivesse reparado no seu olhar que adorava o carro, tinha sido um aviso: «Não olhes para mim dessa forma».

Pessoalmente, ele preferia que uma mulher se sentisse atraída por ele próprio e não pelo seu carro. Era evidente que Aldo não tinha partilhado dessa opinião.

Onde se tinha metido aquela mulher?

Para ser sincero, tinha ficado incomodado com o facto de ter rejeitado hospedar-se no hotel que ele tinha proposto, com o pretexto de que queria visitar a cidade. Aquele hotel estava muito longe do centro.

A sua irritação crescia por momentos. Angelina, o bebé, teria acordado e estaria com saudades dele. A perda traumática da sua mãe tinha deixado a menina nas mãos do único adulto que seria uma constante na sua vida, com quem parecia sentir-se segura. Aquele adulto era ele. Mas Marco não estava contente com os cuidados que lhe proporcionava a rapariga que a sua falecida mãe tinha contratado.

Marco sabia que Angelina tinha passado a ser sua filha e que dependia totalmente dele. Era a sua primeira preocupação e, por isso, queria encontrar a melhor ama para ela. Precisava de uma pessoa que estivesse disposta a comprometer-se firmemente, durante alguns anos, para estar com a menina. De repente, o seu gesto de irritação mudou para paternalismo. Tinha um sentimento de responsabilidade por Angelina e a única mulher a quem poderia confiar os seus cuidados teria que lhe dar todo o amor e segurança que tinha perdido quando morreu a sua mãe. Tinha que ser alguém responsável e em quem se pudesse confiar.

A mãe da miúda era britânica e tinha decidido que a ama também seria britânica e que falasse perfeitamente italiano, de maneira que a miúda pudesse crescer a aprender os dois idiomas.

A rapariga que tinha finalmente encontrado parecia demasiado boa para ser real e, além disso, tinha sido recomendada pela agência. No entanto, naquele momento acreditou que as suas dúvidas tornavam-se realidade. Olhou novamente para as horas.

Desprendia uma aura de poder e uma sexualidade tão forte que era perigoso. Nem sequer a graça felina com que caminhava podia disfarçar a sua masculinidade nem o elegante fato escondia a magnífica musculatura do seu corpo. Nenhuma mulher poderia ser imune a toda aquela sensualidade, que nem o dinheiro, nem a posição podiam comprar.

No entanto, na firmeza da sua boca podia apreciar-se uma determinação que estabelecia uma distância entre ele e os restantes homens, uma altivez que desafiava qualquer pessoa que tentasse aproximar-se sem ser convidada.

Com trinta e cinco anos, há dez que dirigia uma complicada empresa que pertencia à sua numerosa família: tias, tios e primos.

Os seus pais tinham morrido num acidente de aviação, juntamente com o seu tio mais novo e Marco, ou, para dar o seu nome completo, Semperius Marco Francisco, conde de Vincenti, recém-licenciado em arquitectura com vinte e cinco anos, tinha-se encontrado no papel de guardião da história e no futuro da família. Naquele momento, parecia-lhe muito complicado.

Mas tinha conseguido cumprir com os seus deveres. No entanto, tinha perdido algo da espontaneidade, o amor pela vida e a alegria, e a capacidade de viver o momento. Pelo contrário, Aldo, órfão como ele, por causa do acidente, tinha começado a desfrutar em excesso de tudo aquilo. Marco sabia que muitos membros da sua família pensavam que tinha deixado que Aldo se aproveitasse dele. Mas ambos tinham perdido os seus pais e o seu primo tinha apenas dezasseis anos quando aconteceu aquela tragédia. Tinha sido demasiado duro para alguém tão jovem.

A expressão de Marco tornou-se mais triste enquanto pensava no seu primo. Ele nunca concordou que casasse com aquela bonita manequim inglesa. O casamento tinha-se celebrado poucas semanas depois de se conhecerem e Marco não se mostrou surpreendido ao constatar que tinham deixado de amar-se tão rapidamente como se tinham apaixonado.

Mas já não havia remédio. Aldo tinha-se casado com Patti e nasceu Angelina, embora ambos se tivessem arrependido amargamente.

No seu papel de líder da família, Marco sentiu-se obrigado a convidá-los a passarem uma temporada no palácio da Toscana, com a esperança de encontrarem a solução para todos os problemas do seu casamento. Afinal, embora ele não tivesse concordado com o casamento, tinham tido uma menina e isso era mais importante que os erros dos seus pais.

Mas a tentativa não funcionou e depois de uma terrível discussão, Aldo e Patti tinham saído da vila de carro, furiosos um com o outro.

Provavelmente, nunca se saberia qual foi a causa do terrível acidente que tinha deixado uma criatura órfã, mas Marco sentia-se culpado de os ter levado para o palácio.

Ao ser o parente mais próximo de Aldo, tinha-se tornado responsável por Angelina e era evidente que em três meses a menina sentia-se muito unida a ele. O forte instinto paternal de Marco, pelo bem da menina, fez com que contratasse uma pessoa que se encarregasse dos seus cuidados.

Para não perder tempo com as entrevistas que não o levariam a parte nenhuma, tinha estudado minuciosamente todas as solicitações que a agência lhe tinha enviado e, no final, Alice Walsingham tinha sido a escolhida. Isso fez com que ficasse furioso porque ela não aparecia para a entrevista. Eram onze horas, meia hora mais tarde do que tinham combinado. Tinha ficado sem paciência, já tinha esperado demasiado. Se a menina Walsingham decidisse aparecer, finalmente, de certeza que não era a pessoa a quem confiaria a sua linda menina.

Quando saiu do hotel, os raios solares reflectiam-se no seu cabelo preto perfeitamente penteado. Colocou os óculos escuros para se proteger da luz e dirigiu-se, zangado, para o Ferrari de Aldo. Ao colocar as chaves na ignição, apercebeu-se que não tinha deixado nenhuma mensagem para a ama, caso esta decidisse aparecer. Deixou as chaves no automóvel, saiu do carro e dirigiu-se ao hotel.

 

 

– Oh, por amor de Deus, queres parar de me chatear? Não és a minha mãe. Só porque a tua irmã conseguiu prender o meu pai não tens o direito de dizer-me o que devo fazer.

Enquanto ouvia o que Louise dizia, Alice contou mentalmente até dez. Eram onze e cinco. E já chegava atrasada à entrevista mais de meia hora.

Tinha sido impossível deixar Louise por causa da forma como se tinha comportado durante a viagem. Na noite anterior, a rapariga tinha fugido do hotel, tinha voltado de madrugada bêbeda e não queria dizer-lhe com quem tinha estado. Alice morria de ansiedade.

Depois, soube que Louise tinha passado a noite com uns estudantes americanos que estavam no hotel e que a tinham vigiado enquanto tinha estado com eles. Mas uma das raparigas contou a Alice que Louise esteve quase toda a noite a falar com um indivíduo pouco recomendável que a tinha juntado ao grupo e que tinham combinado encontrar-se no dia seguinte.

Para evitar que aquilo acontecesse, Alice obrigou Louise a acompanhá-la à entrevista. A rapariga não fez grande esforço para demonstrar a Alice todo o ressentimento e hostilidade que sentia por ela, e tinha feito tudo para que chegasse tarde.

Por fim, chegaram ao hotel. Alice pagou ao taxista e tentou não se importar com os olhares que estavam a lançar-lhe. Louise estava muito maquilhada e trazia umas calças de ganga ajustadas e uma camisa que deixava a descoberto o seu ventre, que atraía os olhares de todos os homens. Parecia muito mais velha do que era na realidade, ao contrário de Alice, que não se tinha pintado e trazia uma blusa e uma saia que não representava os vinte e seis anos que tinha.

A rapariga estava de mau humor e fingiu que não ouvia nada do que Alice lhe dizia.

Noutras circunstâncias, teria desfrutado do que as rodeava, uma vez que segundo o guia turístico, aquele hotel era um edifício renascentista que tinha pertencido a um príncipe, e tinha sido magnificamente remodelado e convertido num lugar privilegiado. Mas em vez de deixar-se levar pelo desejo de admirar a beleza e a simetria das formas, Alice apenas estava dependente do que Louise fazia.

– Guau! Olha para este carro! Daria qualquer coisa para o conduzir.

Voltou a cabeça e ficou perplexa ao encontrar o descapotável vermelho que tinha visto antes. Começou a lembrar-se do condutor, aquele homem tão masculino, moreno, perigoso, que tinha olhado para ela como se… De repente, apercebeu-se que Louise tinha saído disparada para o carro.

– Louise! Não… – tentou adverti-la, ansiosamente.

Mas era demasiado tarde. A rapariga saltou para o banco do condutor e disse triunfantemente:

– As chaves estão na ignição. Sempre quis conduzir uma máquina assim…

– Não, Louise! Não podes… – protestou Alice, horrorizada, sem acreditar que a rapariga estivesse a comportar-se de uma forma tão irresponsável.

– E quem diz que não? – Louise rodou a chave e Alice ouviu o motor a trabalhar.

A sua irmã já lhe tinha dito que a rapariga podia ser muito teimosa. O divórcio e os novos casamentos dos seus pais tinham sido um trauma para ela e, além disso, o novo marido da sua mãe tinha deixado bem claro que não queria uma adolescente que causasse problemas.

Mas mesmo assim…

– Louise, não – protestou Alice e, instintivamente, deu a volta ao carro para chegar à porta do passageiro e entrar. Antes que conseguisse evitá-lo, Louise começou a andar com o carro. A aceleração mandou Alice contra o banco.

Com o coração na boca, pediu à rapariga que parasse o carro, mas tudo o que dizia ainda incitava mais Louise, que conduzia disparatadamente pela estrada. Acabava de tirar a carta de condução e não tinha nem experiência nem segurança suficiente para conduzir um carro como aquele. Ficou horrorizada quando Louise acelerou e reparou que quase embatia em dois motoristas.

A estrada estava repleta de trânsito. Num dos lados estava um muro e mais à frente um rio. No outro lado havia edifícios e muitas lojas.

Alice estava morta de medo e muito preocupada, mas conseguiu reprimir o seu desejo de agarrar o volante. De repente, passou a seu lado um carro, acelerando para as ultrapassar, ela gritou para avisar Louise, mas a rapariga em vez de diminuir a velocidade acelerou ainda mais. Alice conteve a respiração e colocou todo o seu corpo em tensão à espera do choque. Soube que seria inevitável.

Capítulo 2

 

O inconfundível som do motor do Ferrari de Aldo, arrancado por mãos inexperientes, alertou Marco.

Saiu a correr para a rua e acertou ao ver as duas cabeças ruivas das ladras que estavam a levar o carro. Era evidente que não sabiam conduzi-lo.

Mas o que mais o preocupava não era o carro, mas sim a possibilidade de ocorrer um acidente. Tinha sofrido a experiência de ter que identificar os corpos do seu primo e da sua mulher depois da tragédia. Não tinha vontade de repetir a história.

Estava quase a chamar a polícia para denunciar o roubo quando observou o choque que temia.

Aliviado, apercebeu-se de seguida que tinha sido um choque sem nenhuma importância. O condutor do outro carro tinha saído do veículo e dirigia-se para o Ferrari.

Marco desligou o telefone e correu em direcção ao acidente.

 

 

Por cima dos gritos histéricos de Louise, Alice ouviu vozes italianas. Doía-lhe a cabeça porque tinha batido no pára-brisas e enquanto abria e fechava os olhos apercebeu-se que Louise já estava de pé na calçada, ao lado do carro. Tentou concentrar os seus pensamentos para conseguir sair do estado de choque.

Alguém, seguramente um homem, estava a consolar Louise, que chorava no meio da histeria. Mas ninguém se incomodava em ajudá-la. No entanto, conseguiu sair do carro, justamente no momento em que a multidão que as rodeava abriu espaço para deixar passar um homem alto e moreno, que deu ao outro condutor um cartão de visita.

Depois, olhou para ela e reconheceu-a de imediato. Alice pensou que ia desmaiar. Teria reconhecido aqueles olhos em qualquer parte e apercebeu-se, ao ver a forma como olhava para ela, de que também se lembrava dela.