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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Liz Fielding

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

A última mulher, n.º 1434 - Junho 2014

Título original: The Last Woman He’d Ever Date

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-5135-1

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Capítulo 1

 

Cranbrook Park está à venda?

O futuro de Cranbrook Park foi sujeito a constantes especulações durante esta semana, quando a decisão do Ministério das Finanças, de recuperar os impostos em dívida, despertou preocupação entre os credores.

A quinta Cranbrook Park, que alberga as ruínas de uma abadia do século XII, tem sido ocupada pela mesma família desde o século XV. O salão original, estilo Tudor, foi construído por Thomas Cranbrook e o parque, projetado em fins do século XVIII por Humphrey Repton, está no coração de Maybridge. Tanto a mansão como essa parcela foram, com frequência, generosamente emprestadas para celebrar eventos de beneficência, pelo barão, sir Robert Cranbrook.

O Observer entrou em contacto com os interessados para clarificar a situação, mas ninguém quis fazer comentários.

Maybridge Observer, quinta-feira, 21 de abril

 

Sir Robert Cranbrook olhou para o outro lado da mesa. Mesmo estando numa cadeira de rodas e tendo sido afetado por uma embolia, era um homem impressionante. Mas tremia-lhe a mão, enquanto pegava na caneta que o advogado lhe oferecia, para entregar séculos e séculos de riqueza e privilégios.

– Também queres fazer um teste ao meu ADN, rapaz? – quis saber, atirando a caneta para cima da mesa. Tinha dificuldade em falar mas, nos seus olhos, brilhava o desdém arrogante de quinhentos anos de poder. – Estás disposto a arrastar o nome da tua mãe pela lama, para satisfazer as tuas pretensões? Se assim for, impugnarei o direito que tens a herdar o meu título.

Mesmo depois de ter perdido tudo, continuava a pensar que o seu nome e o seu título de barão significavam alguma coisa...

A mão de Hal North era firme como uma rocha, enquanto pegava na caneta para assinar o documento, imune àquele «rapaz» insultuoso.

Cranbrook Park não significava nada para ele, era apenas um meio para atingir um fim. Era ele que controlava a situação, forçando o inimigo a sentar-se, a olhar para ele nos olhos e a reconhecer a mudança de poder. Aquilo era satisfação suficiente.

Quase suficiente.

O capataz de Cranbrook, Thackeray, não vivera para ver aquele momento, mas a filha era sua inquilina e podia mandá-la embora, e fechar o círculo.

– Não pode dar-se ao luxo de me levar a tribunal, Cranbrook – avisou, devolvendo a caneta ao advogado. – Tem dívidas com as finanças e, sem mim, seria um homem arruinado, obrigado a viver da caridade.

– Senhor North... – começou por dizer o advogado.

– Não tenho interesse em exigir que se comporte como um pai. Recusou-se a reconhecer-me como filho, quando teria significado alguma coisa – continuou Hal, sem fazer caso. Tratava-se apenas de Cranbrook e ele a enfrentar o passado, nada mais importava. – Não preciso do apelido e não quero o título. Ao contrário de si, não tive de esperar até o meu pai morrer para ocupar o meu lugar no mundo e ser um homem – Hal pegou na escritura de Cranbrook Park, um pergaminho atado com uma fita vermelha, que tinha o selo real. – Não devo o meu êxito a ninguém. Tudo o que tenho, tudo o que sou, incluindo a propriedade que perdeu por descuido, conquistei à base do meu trabalho, ao fazer coisas que o senhor sempre achou desprezíveis. Coisas que poderiam ter servido para não perder Cranbrook Park e que o teriam salvado, se fosse um homem a sério...

– És um ladrão vulgar...

– Mas agora, janto com presidentes e primeiros-ministros, enquanto o senhor espera para se encontrar com Deus num mundo que ficou reduzido a um quarto, em vez de viver no parque criado por Humphrey Repton, um dos seus antepassados.

Hal virou-se para o advogado e atirou a velha escritura como se fosse um papel sem valor, antes de se levantar.

– Pense em mim, sentado à frente da sua secretária, enquanto me apodero do seu mundo, Cranbrook. Pense na minha mãe a dormir na cama da rainha, sentada à mesa onde os seus antepassados adulavam reis, em vez de os servir – declarou, olhando à sua volta. – Acabámos.

– Nem pensar! – sir Robert Cranbrook agarrou-se à mesa, para se levantar. – A tua mãe era uma ordinária, que gastou o dinheiro que lhe dei para se livrar de ti e que, depois, te usou como chantagem para sustentar o marido bêbado – acusou, afastando o advogado quando tentou segurá-lo.

Hal North não se tornara multimilionário, permitindo que as emoções o traíssem, de modo que se manteve inexpressivo, com as mãos relaxadas, escondendo o que sentia.

– Não se pode chantagear um homem inocente, Cranbrook.

– Mas não tive de a pressionar para voltar. Era minha, foi comprada e paga.

– Hal... – começou por dizer o advogado. – Vamos.

– Dormir numa cama feita para uma rainha não mudará aquilo que ela é, nem isso, nem todos os milhões do mundo farão com que deixes de ser o que és. Lixo – continuou sir Robert, apontando para ele com o dedo. – O teu ódio por mim impulsionou-te durante todos estes anos, Henry North. E como agora tens tudo o que sempre desejaste, pensas que ganhaste o jogo. Mas esse ódio vai comer-te vivo. Desfruta do momento porque, amanhã, vais perguntar-te se vale a pena levantares-te da cama – continuou Cranbrook. – A tua mulher deixou-te e não tens filhos. Tu e eu somos iguais...

– Nunca!

– Iguais – repetiu sir Robert. – Não podes lutar contra a herança genética – acrescentou. E sorriu. – Pensarei nisso quando tiverem de me alimentar através de um tubo – continuou, deixando-se cair novamente na cadeira de rodas. – E serei eu que morrerei a rir.

 

 

Claire Thackeray dirigiu a bicicleta para a entrada de Cranbrook Park.

O cartaz que proibia a passagem de veículos estava no chão mas, como estava outra vez atrasada, não se incomodou em desmontar da bicicleta.

Não tinha o costume de infringir as regras, mas não podia arriscar-se e perder o trabalho. Além disso, quase ninguém usava aquele caminho, exceto algum pescador furtivo que aproveitava para pescar as trutas de sir Robert. Só havia Archie, um burro que decidira viver no parque. Se lhe desse um pouco de fruta, iria ignorá-la.

Enquanto se aproximava do caminho, Archie, que não gostava de ver pessoas no seu território, apareceu por entre uns arbustos. Era algo aterrador para quem não o conhecia e inquietante para quem o conhecia. O truque era ter uma maçã à mão e Claire estendeu a mão para a cesta da bicicleta...

No entanto, a cesta estava vazia e recordou-se de que a deixara na mesa da cozinha.

Archie, que esperava pelo presente, zurrou para demonstrar o seu aborrecimento.

O seu primeiro erro foi não desmontar da bicicleta assim que se apercebeu de que não tinha forma de o entreter porque, embora o primeiro movimento fosse apenas uma simples ameaça, o segundo era real. Archie atravessou o muro, enquanto Claire pedalava como uma louca para o evitar.

O seu segundo erro, mais grave, foi olhar para trás para ver se o perdera de vista porque, de repente, caiu numa sarjeta, uma mistura de rodas e membros, nem todos dela, ficando com a cara num canteiro de violetas.

Archie zurrou mais uma vez e depois, vendo o trabalho feito, virou-se para esperar pela vítima seguinte. Infelizmente, o homem com quem chocara e que estava sob as rodas da bicicleta, não ia a lado nenhum.

– Pode saber-se o que está a fazer? – perguntou.

– Estou a cheirar as violetas – respondeu ela, enquanto verificava os danos. A mão parecia estar presa numa parte da anatomia masculina e ele devia estar preso sob a bicicleta, porque não se mexia. – Cheiram muito bem, não acha?

A resposta do homem foi suficientemente vigorosa para deixar bem claro que estava inteiro.

– Este é um caminho para peões.

– Sim, é verdade – assentiu Claire, pensando que ele não se queixaria se estivesse ferido. Embora não fosse um grande consolo. – Lamento muito por o ter atropelado.

E era verdade, lamentava.

Lamentava muito por se ter esquecido da maçã para Archie e lamentava que o estranho estivesse no seu caminho.

Já estava atrasada, mas agora teria de ir a casa, lavar-se um pouco. Pior, teria de ligar para o jornal, para dizer ao editor que tivera um acidente. E ele enviaria outra pessoa para entrevistar o diretor do comité de planeamento.

Tinham-lhe atribuído esse artigo, porque vivera em Cranbrook Park durante toda a sua vida...

– Não devia usar este caminho como uma pista de corridas – repreendeu-a.

Ah, fantástico! Ali estava, numa sarjeta, enredada na bicicleta, com um estranho... Esperava que ele também estivesse preso e não o fizesse por desporto, e o seu primeiro pensamento foi dar-lhe um sermão sobre segurança na estrada.

– Ia trabalhar. Se não se importar...

– Mas não viu por onde ia.

Claire cuspiu algo, que esperava que fosse um pouco de erva.

– Talvez não tenha percebido, mas eu estava a ser perseguida por um burro.

– Sim, percebi.

Nenhuma simpatia.

Que encanto de homem...

– E o senhor? – quis saber. Embora o seu campo de visão fosse reduzido, conseguia ver que usava um fato-macaco verde. E tinha a certeza de que vira umas botas de borracha à frente dos seus olhos, um segundo antes de cair no chão. – Certamente, não tem permissão para pescar aqui.

– Não, não tenho – admitiu, sem o menor remorso. – Magoou-se?

Finalmente...

– Não, não me magoei.

– Se não se mexer, não conseguirei levantar-me.

– Lamento, mas não devemos mexer-nos depois de um acidente. No caso de haver uma lesão grave – indicou Claire, esperando que se mostrasse preocupado, como era o seu dever.

– E o que sugere? Que fiquemos aqui até passar uma ambulância?

– Tenho o telemóvel na mala.

Tinha a mala às costas e era uma sorte, pois ter-se-ia deixado levar pela tentação de lhe bater com ela. Porque aparecera assim, de repente, à frente da sua bicicleta, quando estava a fugir do burro? – Se o encontrar, pode ligar para as urgências.

– Dói-lhe alguma coisa? – perguntou ele. Claire detetou um pouco de preocupação, de modo que devia estar a perceber a mensagem. – Não vou ligar para as urgências, para tratarem um ego ferido.

Não, voltara a enganar-se.

– Talvez tenha um traumatismo craniano – indicou ela. – Ou talvez seja o senhor.

Podia sonhar...

– Se assim for, a culpa será sua. Devia usar o capacete, em vez de o levar na cesta, sabia?

Tinha razão, mas o diretor do comité de planeamento era um homem muito antiquado e, se uma jornalista ia entrevistá-lo, tinha de usar saia e sapatos de salto alto. E depois de ter feito o esforço de apanhar o cabelo num coque elegante, para o misógino, não ia estragar tudo pondo o capacete.

Pensara em apanhar o autocarro nessa manhã e, se não fosse o moscardo enorme que entrara na cozinha, tê-lo-ia feito...

– Quantos dedos vê? – quis saber ele.

– O quê? – Claire pestanejou, quando uma mão cheia de lama apareceu à frente do seu rosto, a mão que não estava a tocar no seu traseiro de uma maneira exageradamente familiar. Embora não tencionasse dizer-lho. Seria melhor fingir que não se apercebera e concentrar-se na outra que, cheia de lama, consistia numa palma da mão grande, um polegar bem formado e quatro dedos compridos...

– Três?

– Não está mau.

– Não sei se está mal ou está bem. Quer tentar outra vez?

– Não, a menos que me diga que não sabe contar a partir de três.

– Neste momento, não tenho a certeza do meu próprio nome.

– Claire Thackeray parece-lhe familiar?

Foi então que Claire cometeu o erro de levantar o rosto do canteiro de violetas, para olhar para ele.

E o possível traumatismo craniano transformou-se em risco de enfarte, com todos os sintomas, arritmia, boca seca e ligeira perda dos sentidos.

O homem que atropelara não era um idoso irascível, que insistia na santidade do passeio, embora fosse pouco escrupuloso sobre o lugar onde pescava.

Era irritável, mas não idoso. Antes pelo contrário.

Era um homem maduro.

Maduro no sentido dos homens que tinham passado da beleza púbere da adolescência e da primeira juventude.

Embora Hal North nunca tivesse sido exatamente bonito.

Fora um jovem magro e rebelde, que a atraíra e assustara ao mesmo tempo. Quando era adolescente, desejara que reparasse nela, mas teria fugido se ele tivesse olhado na sua direção. A mãe teria tido pesadelos, se tivesse suspeitado que a sua menina pensava num rapaz desse modo.

Embora a mãe não tivesse razão para se preocupar, no que dizia respeito a Hal North, pois era demasiado jovem para reparar nela. Havia muitas raparigas com curvas, que se viam atraídas pela aura de um jovem temerário que assustava Claire... Bom, fazia-a sentir alguma coisa que não entendia na altura.

Era como olhar para um ator de cinema ou para uma estrela do rock na televisão. Emocionava-se, mas não sabia o que fazer com essa emoção.

Ou talvez isso só acontecesse com ela.

Claire não era uma das raparigas bonitas da escola e estava sempre a rir-se de coisas que as outras não entendiam. Enquanto elas se tornavam mulheres e saíam com rapazes, Claire tinha de experienciar tudo através dos livros.

Hal amadurecera quando sir Robert Cranbrook o mandara embora, depois de um incidente... Embora Claire nunca tivesse descoberto o que acontecera. Os pais falavam do assunto em voz baixa, mas mudavam imediatamente de tema se ela entrasse na divisão. E Claire nunca tivera uma amiga com quem partilhar secredos.

De modo que enchia o seu diário com todo o tipo de fantasias sobre o que acontecera e sobre o dia em que Hal voltaria para Cranbrook Park, para a encontrar transformada numa mulher, ver o patinho feio transformado num cisne. Definitivamente, material para um romance...

No entanto, com o passar dos anos, o diário fora abandonado e Hal fora esquecido, trocado por um romance real.

Contudo, estando tão perto, muito mais perto do que imaginara nas suas fantasias de criança, descobriu que a atração que sentia por ele aumentara com os anos.

Já não era um rapaz magro, com mãos demasiado grandes para os pulsos, mas continuava a ter aquelas maçãs do rosto pronunciadas, o queixo marcado e um nariz que parecia ter recebido mais de um golpe. A única feição suave do rosto dele era a curva sensual do lábio inferior.

Porém, eram os olhos, tão escuros sob a sombra das árvores, que mais chamavam a atenção. Eram uns olhos enérgicos e vibrantes, que faziam com que uma mulher não conseguisse respirar.

Claire recordou-se que tinha vinte e seis anos, que era uma mulher adulta e trabalhadora, e que sustentava uma filha. Uma mulher adulta não corava.

– Surpreende-me que me tenhas reconhecido – indicou, tentando acalmar os batimentos frenéticos do seu coração. Não tencionava admitir que ter a mão entre as pernas dele era uma intimidade com que sonhara na escuridão do seu quarto, quando era adolescente.

Claire afastou a mão e conteve um gemido quando bateu com os nódulos dos dedos no travão da bicicleta.

– Não mudaste muito – o tom de Hal sugeria que não estava a dar-lhe os parabéns. – Continuas a ser a mesma de sempre. E continuas a passear na bicicleta. Certamente, foi a única regra que infringiste em toda a tua vida.

– Infringir as regras não tem nenhum mérito – defendeu-se, incomodada. O facto de pensar que continuava a ser a mesma que era quando usava o uniforme da escola e uma trança era insultuoso. – E também não tem nenhum mérito esconderes-te entre os salgueiros, para pescar as trutas de sir Robert. E não é a única regra que tu infringes.

– Vejo que tens uma língua muito afiada.

Isso também a magoou. Atropelara-o, sim, mas porque fora perseguida por um burro particularmente violento. Qualquer outro homem estaria a tentar esconder um sorriso. De facto, estaria a rir às gargalhadas.

– Quanto às trutas, nunca pertenceram a Robert Cranbrook – continuou Hal. – Só tinha o direito de ficar na margem do rio, com uma cana, mas já nem sequer tem isso.

– Talvez não – assentiu ela. – Mas se os rumores sobre os problemas económicos de sir Robert forem verdadeiros, agora, pertencem às Finanças e não gostarão que pesques aqui.

«Menina rabugenta», pensou Claire.

– Achas?

– Não te preocupes, vou fingir que não vi... Se prometeres que não vais dizer que passei por aqui com a bicicleta.

– Vamos sair daqui, antes de continuares a tentar subornar-me? – sugeriu ele.

Suborná-lo? Estava a brincar. Não era assim tão rígida...

– Não pareces ter sofrido um traumatismo craniano e, a menos que me digas que não sentes as pernas ou que partiste alguma coisa, prefiro que as ambulâncias se ocupem de urgências reais.

– Boa ideia – assentiu Claire. Tinha uma emergência, mas não médica. E se fosse a protagonista de um artigo, os colegas do jornal não a deixariam em paz. – Espera um instante, vou verificar.

Mexeu as pernas e os braços, fletindo os dedos para verificar se tinha algum osso partido, mas tudo parecia funcionar normalmente. Magoara-se no ombro ao cair na sarjeta mas, provavelmente, ficaria apenas com uma nódoa negra. Para além disso, tinha um arranhão na tíbia e o pé esquerdo estava enfiado numa poça de lama, mas nada importante.

– E então?

– Não parti nada – afirmou Claire. – Mas tenho sensibilidade suficiente abaixo da cintura, para saber onde está a tua mão.

Hal parecia não sentir a necessidade de se desculpar mas, considerando que o atropelara enquanto conduzia a toda a velocidade, não queria pensar onde ele teria nódoas negras. Ou onde estivera a sua própria mão.

– E tu? – perguntou.

– Queres saber se consigo sentir a minha mão no teu traseiro?

Hal esboçou um sorriso e o coração de Claire, que começara a bater a um ritmo mais ou menos normal, acelerou novamente.